terça-feira, maio 30, 2006

NOVO LIVRO SOBRE HITCHCOCK EM LÍNGUA PORTUGUESA




O mínimo que posso afirmar acerca da edição portuguesa de “It’s Only a Movie” de Charlotte Chandler é que me proporcionou alguns dias de leitura muito agradável. Gosto de beber pausadamente o meu café numa esplanada; e de ler ou escrever enquanto mergulho nos universos que crio ou que outras pessoas conceberam.

O livro de Chandler é apresentado como uma incursão na vida e na obra de Hitchcock. Inclui testemunhos de muitas pessoas que conheceram e trabalharam com o Mestre do Suspense.
A autora é uma amiga de longa data da família Hitchcock e membro da direcção do Film Society of Lincoln Center. Já publicou um best-seller sobre a vida de Grouxo Marx e outro sobre Frederico Fellini que foi muitíssimo aclamado e traduzido. É uma senhora que se movimenta com facilidade entre grandes personalidades do Cinema e que tem colhido experiências relevantes.

“É Só Um Filme” permite prazer puro a qualquer hitchcockiano. No entanto, não sei até que ponto a minuciosidade de certos apontamentos é relevante para quem procure uma leitura ligeira. Nem sei se um cinéfilo não hitchcockiano poderá encontrar deleite nas páginas deste livro. Também não acredito que possa ser apreciado por uma pessoa indiferente à cinefilia.

De facto, as primeiras quarenta ou cinquenta páginas são deliciosas. Mas depois, a autora condensa notas e apontamentos e dispõe-nos numa ordem cronológica demasiado rígida.
Contava encontrar um livro que me revelasse muitas histórias inéditas. E também muitos episódios interessantes. E eles estão lá. Mas o tom é demasiado jornalístico e muito pouco literário.

As páginas finais relatam o drama de Hitchcock perante a sua debilidade física e defronte da doença da esposa. Chandler é contida. Não fala de si mesma nem procura avivar, de forma barata, as emoções do leitor. É muito precisa acerca da organização e da apresentação das informações.

“É Só Um Filme” é um livro biográfico escrito por alguém que conseguiu recolher testemunhos valiosos. Louvo a Editorial Bizâncio pela sua aposta neste livro.

Encontrei algumas histórias curiosas no decurso da leitura desta obra e uma oportunidade soberana para consolidar conhecimentos e impressões. O livro é um presente perfeito para qualquer hitchcockiano. Tanto mais que havendo dezenas e dezenas de obras sobre Hitchcock, poucas têm sido editadas em língua portuguesa e menos ainda em português de Portugal.

Aconselho o livro a quem procura conhecer melhor a personalidade de Hitchcock, o desenvolvimento do seu trabalho e o impacto das suas criações sobre o público; e sobre os actores, técnicos e músicos que se cruzaram com ele. É uma biografia sobre a influência da vida deste homem na vida dos outros.

Homem amado e detestado. Temido e venerado. Controverso e carismático. Surpreendentemente marcante. Ícone do Cinema do século XX. Este livro fala-nos do homem e da sua obra. Sem proezas literárias nem processos narrativos elaborados.

No percurso das páginas deste livro, é muito belo o sentimento de amor e dedicação que une Hitchcock à sua esposa Alma. Alfred Joseph e Alma foram companheiros durante mais de cinquenta anos. Trabalharam juntos, trocaram ideias, apoiaram-se mutuamente e dividiram entre si muito alento e esperança. A ideia de que Alma pudesse morrer antes de si preocupava intensamente Hitchcock nos seus derradeiros dias.

O consentimento de Alma, os seus conselhos e as suas opiniões eram indispensáveis para o cineasta do suspense. Alfred e Alma partilharam a paixão pelo Cinema e um grande e saudável espírito de romantismo. Não admira que a filha do casal, Patrícia Hitchcock, tenha proferido algures que este pode ser o livro mais interessante que leu sobre o seu pai.

Deixo aqui uma citação retirada da página 309. São palavras de Hitchcock: “Sou um homem cheio de sorte. Comecei muito cedo a fazer aquilo que queria fazer. E pude continuar a fazê-lo. Encontrei a companheira perfeita para a minha vida. Tivemos uma filha perfeita, Pat. Não mudaria nada na minha vida, senão o facto de ela ter de acabar.”

Na iminência do seu fim enquanto cineasta e enquanto ser humano, Hitchcock deixou evidenciar uma fragilidade crescente. Mas também um regozijo por ter sido presenteado com tantas dádivas.

Uma nota final: Já escrevi, não sei bem em que artigo, que Hitchcock foi sepultado, sendo secreta a localização da sua campa. Aprendi com Chandler que não é verdade. O corpo de Hitchcock foi cremado e as suas cinzas deitadas ao Oceano Pacífico. O mesmo destino encontrou Alma Reville Hitchcock. Acredito que algures se terão encontrado. Ou que ainda se vão reencontrar.

Hitchcock terá dito também: “Os filmes são a minha vida mas, mesmo que não possa fazer mais nenhum, gostava de continuar vivo… enquanto a Madame estiver viva. Nunca poderei estar bem se ela estiver doente. A nossa vida a dois é agora tão próxima como ontem, tão afastada como amanhã.” (página 310)

Acredito que, amanhã, Alfred Joseph e Alma estarão bem próximos. Amanhã como ontem. Quero acreditar que sim. Nos filmes de Hitchcock, nem sempre os factos faziam sentido e eram justos. Mas a lógica de Deus talvez seja diferente… Tem de ser diferente.

sábado, maio 20, 2006

O MEDO DO FRACASSO



É um ímpeto natural em muitas pessoas. A necessidade de agradar. A ânsia ou a vontade mais ou menos expressa de que gostem de nós. O desejo de que o nosso trabalho ou a nossa acção sensibilize os outros, e os afecte na exacta medida em que o quisermos.

Afinal o ser humano é um ser gregário. Vive espontaneamente em sociedade e precisa de se integrar nela mediante um código de identificação do mundo e mediante regras social e culturalmente estabelecidas.

Recordo-me de uma cena precisa em “Vertigo”. James Stewart comenta: “Há quem prefira viver sozinho.” E logo Kim Novak responde enigmaticamente: “Mas está errado.” Ela confere um dramatismo às palavras que sempre me sensibiliza e move para uma aversão à solidão. Ou para uma aversão ao isolamento…

Solidão? É uma tragédia se precisamos dos outros ou necessitamos deles para nos sentirmos vivos. Mas a necessidade de sermos aceites é diferente e pode causar um pânico particular em relação ao fracasso.

Há artistas que pensam muito no público que vai admirar a sua arte. Outros nem se interessam em saber se o seu trabalho vai ser valorizado ou não. No domínio do Cinema e no contexto de uma máquina industrial como a de Hollywood, o cineasta precisa assegurar que o seu trabalho vai agradar ao público. Os produtores impõem a necessidade de lucros e o índice de popularidade de um filme pode conduzir ou não o seu realizador ao patamar da fama e do reconhecimento.

Quando uma obra é bem aceite, o grau de aceitação depende das expectativas. Alfred Hitchcock sempre trabalhou no sentido de seduzir o seu público. No início da sua carreira, ele nem sempre terá filmado as histórias que mais o interessavam. Precisava da tal fama e do tal reconhecimento. E tinha de lutar para os conseguir.

O grande “Inquilino Sinistro” de 1926 pode ser considerado um dos mais brilhantes clássicos do cinema inglês pré-sonoro. Mas a provar como tudo é relativo, o filme não foi acolhido com um grande entusiasmo inicial pelos produtores e ninguém acreditou muito que viesse a ser um triunfo.

De sucesso em sucesso, Hitchcock concebeu o primeiro filme sonoro inglês, “Chantagem” (1929), e o êxito de popularidade que foi “O Homem Que Sabia Demasiado” (1934). Seguiram-se-lhes “Os 39 Degraus” (1935) e “Desaparecida” (1938).

Em Inglaterra, nos anos 30, Hitchcock era um jovem cineasta respeitado e venerado. Mas em 1939 terá aceitado o desafio de se mudar para a capital mundial dos filmes, a Meca do Cinema que é Hollywood.

É transparente que, dos anos 40 para os 50, o seu estilo pessoal se refinou. Sempre com o desejo de explorar as emoções do espectador. Sempre filmando com o pensamento centrado na perspectiva de quem vai ver as imagens.

Hitchcock reuniu em torno de si um grupo de técnicos muito competentes e com os quais desenvolveu uma empatia e uma familiaridade importantes. Eles sabiam o que ele queria. Ele sabia o que podia esperar deles e em que medida eles podiam ajudá-lo a construir um projecto cinematográfico.

Depois de 1963, Hitchcock começou a ter dificuldades em superar o seu melhor. Costuma escrever-se que o difícil não é atingir o estrelato mas sim manter uma posição cimeira. Os últimos cinco filmes do Mestre constituem uma fase de declínio na sua criatividade e na manifestação do seu poder artístico. Acredito que a sua angústia nesses anos fosse como a de alguém que não quer deixar de ser amado.

François Truffaut, célebre cineasta francês, escreveu algumas linhas na edição definitiva do seu livro “Hitchcock/Truffaut” (publicada em 1983). Linhas sobre os anos derradeiros da vida de Hitchcock. E sobre a sua amargura e tormento mediante o declínio da sua popularidade e poder.

Afinal todos gostamos de ser aclamados com sucesso. Para um artista, a necessidade do aplauso do seu público torna-se imperiosa. Dizem que é uma droga que vicia. Não é com indiferença que um realizador sente o afastamento das audiências. Muito menos um realizador sensível como Hitchcock que ofereceu a sua vida ao Cinema.

Recordo-me dos dias em que tinha aulas de piano com uma amável e delicada senhora. Estudava a lição e tocava razoavelmente a partitura. Quando me saía airosamente, logo ele me dizia: “Muito bem! Vejo que estudaste! Tocaste bem! Consegues tocar uma segunda vez tão bem assim?”

Meus amigos, se a boa impressão causada quase não tinha máculas, o meu receio de errar era maior e o peso da responsabilidade duplicava. Sim. Tinha estado na véspera a estudar até às 2 da Manhã. Mas era preciso que isso se notasse. Que o meu esforço fosse evidente. Que aquela senhora gostasse cada vez mais de mim e acreditasse no meu talento. Tocava uma segunda vez. Mas os dedos tremiam-me, o medo do insucesso se não era visível, era bastante limitador. Os dedos tacteavam as teclas e eu parecia não ver nada na pauta. Começava a transpirar e os próprios dedos ficavam humedecidos e humedeciam as teclas. Acabava sem glória ou interrompia a interpretação desistindo de um esforço que se revelava infrutífero.

Então pensava: Como será tocar perante uma plateia com milhares de pessoas? Se me atrapalhava e afligia na presença de uma senhora tão meiga e compreensiva, alguma vez seria capaz de aceitar o facto de estar a ser ouvido pelos outros?

Na verdade, um momento de glória acontece a muitas pessoas. Difícil é conviver continuadamente com a glória sem perder a segurança e a estabilidade emocional. É que o excesso de orgulho pode corromper as qualidades pessoais. E o medo do fracasso pode asfixiar a acção de um criador.

Hitchcock sempre conhecera o sucesso e o insucesso. Mas nunca o seu nome brilhou tão intensamente como nos primórdios da década de 60. Desde então, Hitchcock começou a competir consigo mesmo. Precisava responder às expectativas das pessoas. Surpreender, abismar crescentemente as audiências. Mas ele começava a estar velho, cansado e doente. Calculo que se sentisse inseguro. Trabalhou até poder e só desistiu de trabalhar meses antes da sua morte.

O medo do fracasso também terá corroído a sua alma. O medo… Que ele sempre conhecera tão bem. Que sempre sentira na pele. E conseguira transpôr com virtuosismo para o universo dos filmes e para a linguagem cinematográfica.

Quem lhe poderá levar a mal? O homem que, desde pequeno, aprendera a familiarizar-se com a solidão e o isolamento, fintara o seu destino. Era uma lenda viva do Cinema apesar do seu aspecto rotundo e de uma timidez aguda. Quem gosta de perder o amor dos outros? Quem não tem medo do fracasso? Quem não tem medo de desiludir?

quarta-feira, maio 10, 2006

ACREDITAR É PRECISO - CONCLUSÃO


Há uma história paradigmática na vida de Hitchcock: num dia, indo ele a deslocar-se de automóvel, viu um jovem rapazito a ser acompanhado por um padre de batina comprida. Aquela imagem trouxe-lhe apreensão. Ficou consternado e terá gritado da janela aberta do automóvel: “Run for your life!” (podemos traduzir por “Corre pela tua vida!”)

Os padres recordavam-lhe o colégio de jesuítas e o severo ambiente que lá se vivia. Mas na realidade, Hitchcock não era adverso ao espírito do Catolicismo. “Confesso” (1952) e “O Falso Culpado” (1957) são dois belos filmes que debatem as temáticas da culpa, da justiça (divina e terrena) e do amor. E que confrontam o espectador com as temáticas da crença e da fé.

Não são perfeitos exemplos de obras de suspense. O nome de Hitchcock está mais associado a um estilo muito específico de histórias de crime e de terror psicológico. No entanto, são dois dos mais maduros filmes do Mestre quando verificamos que os seus personagens são perfeitos exemplos da Humanidade, seres humanos com tudo o que a Humanidade tem de bom e de mau. E são também, à sua maneira, histórias de crime e de terror psicológico.

O Padre Logan em “Confesso” é acusado de um assassinato e sabe quem é o criminoso. Não pode revelar o que sabe porque as preciosas informações de que dispõe lhe foram reveladas no sacramento da Confissão. Os padres não podem (perante Deus em Quem acreditam e perante a Igreja à qual prometeram obediência) revelar os segredos expressos no confessionário.

Este filme de Hitchcock é a história de uma vítima. Vítima de uma injustiça divina (como pode Deus trair a lealdade do Padre Logan?); de uma injustiça institucional e social.
E depois há a relação amorosa com uma mulher que em tempos amou… (e não ama ainda?) O que nos convoca para a polémica questão da obrigatoriedade do celibato dos padres católicos.


“Confesso” é a história de lealdade de um homem aos seus valores. Debate o tema da culpa. E culmina com uma absolvição. O criminoso pede ao padre que o perdoe. Pede perdão perante o homem que traiu. E pede a Deus que elimine os seus pecados ou o peso da sua culpa.

Montgomery Clift deambula, a meio do filme, pelas ruas da sua terra no Quebeque dos anos 50. Vê-se a Cruz que Cristo carrega e também ele parece arrastar a sua própria cruz. Eis outro conceito muito importante no Cristianismo em geral e no Catolicismo muito em particular: O conceito de Cruz que todo o ser humano precisa forçosamente suportar e do qual não pode fugir.
No Tribunal, vemos um crucifixo de grandes dimensões para além da figura do Padre Logan que está a depor na cadeira do réu.


A ideia de Cristo crucificado, admite Hitchcock ter-lhe passado pela ideia quando, em “O Inquilino Sinistro” (1925), filmou o pobre homem inocente pendurado sob as algemas que o mantêm cativo a uma grade. Esse é o primeiro grande filme de Hitchcock, tipicamente hitchcockiano. E lá está o debate sobre o tema do homem inocente, falsamente acusado.

“O Falso Culpado” é também um belíssimo filme. Realizado cinco anos depois, em 1957, é um filme denso e dramático. Aqui um homem bom, Manny Balestrero, é acusado de crimes que não cometeu e sentenciado injustamente a um humilhante processo de investigação onde é tratado com desprezo. Mais uma vez se questiona a justiça divina e a justiça do mundo.

O homem não perde a sua fé. Inclina-se sobre o seu sofrimento e sobre o da esposa que vai caminhando para a loucura. Com um terço do rosário nas mãos e um desejo fervoroso de lutar pela defesa da sua liberdade e do seu bom-nome.

Henry Fonda dá corpo, voz e expressão a este personagem. E Hitchcock brinda-nos com um filme em que (como em poucos outros da sua obra) os actores são soberbos e intensamente convincentes.

Há quem detecte uma perspectiva documental nesta obra. Tratando-se de uma história baseada num caso verídico, Hitchcock poderá ter querido realizar uma obra realista, fiel à realidade e terá filmado como se passeasse as câmaras dentro da própria vida de Manny Balestrero. Captando os seus sinais e os seus gestos. Filmando o aprisionamento de um homem inocente dentro de uma realidade implacável. E não menosprezando o contexto do ambiente urbano da cidade de Nova-York.

Que pode fazer um homem perante as injustiças? Em que medida pode lutar por si e por aquilo que defende? Balestrero reza diante de uma imagem de Jesus Cristo. E o verdadeiro criminoso é identificado. Quase como se da imagem de Cristo nascesse um milagre.

Que pode um homem fazer perante o que não é justo? Balestrero recuperou a liberdade e limpou o seu nome mas nada apagará o sofrimento que viveu e que quase o definhou. Nada ou quase nada poderá trazer de volta a sanidade mental da sua mulher Rose (intensamente interpretada por Vera Miles).

Como “Vertigo” que Hitchcock realizaria um ano depois, “Falso Culpado” é um filme sobre a angústia. E como em “Vertigo”, é filmado o corredor de um hospício de forma trágica e comovente. Em “Vertigo”, é Barbara Bel Geddes quem caminha ali com enorme desalento, passo a passo, carregando o enorme desgosto de quem perdeu tudo na vida. Em “O Falso Culpado”, a cena final apresenta-nos Henry Fonda, indefeso e impotente mediante a trágica condição da sua mulher. Rose estará louca ou quase. E ele terá pago uma sentença pesada por crimes de que sempre esteve inocente.

Justiça divina? Existe justiça divina? Eu acredito que há uma ordem no Cosmos e que o Big Bang não pode ter surgido à toa. Acomodo-me às minhas crenças e acredito na segurança que elas me oferecem.

É preciso acreditar. Para além das tragédias e da completa injustiça de certas realidades, devemos continuar a acreditar em qualquer coisa. É difícil compreender a condição humana num universo de proporções gigantescas onde Deus não nos profere verbalmente uma palavra. Mas enquanto acreditarmos nos valores mais belos da nossa existência, poderemos ver o mundo com um olhar mais sereno.

Não é preciso acreditar em Deus para se ser exemplar. O exemplo de santidade que um ser humano pode oferecer provém das suas acções. Na verdade, o homem religioso não pode provar que Deus existe e o homem ateu não pode provar que Deus não existe. Mediante a nossa condição, só no resta optar por levar vida e alegria onde elas não existirem…

Hitchcock terá assimilado o conceito mais severo de culpa. E por isso, as histórias dos falsos culpados se desdobram na sua obra. Afinal quase todos nós pagamos por crimes que não cometemos.

Há crianças a morrerem de fome, de minuto para minuto. Há seres humanos maravilhosos vitimados por doenças horríveis ou ceifados por acidentes que os deixam suspensos numa vida sem dignidade nem alento de qualquer tipo.

Podemos acreditar no valor da Justiça (divina e terrena)? Ainda assim, e apesar de tudo, acredito que sim. Acredito que podemos oferecer espaço à esperança. E Acreditar é mesmo preciso!